Carrossel de ilusões
Pintamos um outro quadro,
dois dedos de tinta à óleo,
preto e cinza como as nuvens,
uma aquarela monocromática,
de uma tempestade sempre presente,
controlando o leme no mar revolto,
os sentimentos explodindo no peito,
o pulso retumbando tal qual uma bateria,
divisando no horizonte algum alento,
respondendo ao silêncio com escritos,
poesias antigas de um novo ano,
palavras inteiras de um coração partido,
rodopiando num carrossel de ilusões,
tateando por solo firme para fincar raízes,
mesmo que a alma jamais se aquiete,
o olhar cansado pede paz,
as mãos geladas pedem calor,
o espírito pede fé,
a vela tenta manter sua chama acesa,
enquanto uma triste melodia nos embala...