MENDIGO

Maltrapilho,

sozinho no mundo,

expulso dos lares,

vagador das estradas,

Lázaro das praças,

catador de migalhas,

sombra de homem,

de vida rasgada,

maltratada,

jogada no lamaçal da vergonha.

Na noite sem sono nem sonho,

o céu como teto,

devaneia em transe,

sua vida de outrora,

que foi boa,

e hoje lhe maltrata.

Menino-homem,

velho antes dos vinte,

vestes rotas,

envolto em trapos,

carente de comida,

que busca no lixo,

para saciar sua fome.

Sem documentos,

ausente do mundo,

deixa de ser cidadão,

que no passado existiu,

pois teve até profissões.

04-01-2018