O enterro de minha amiga

Era um dia cinzento,

O sol esqueceu-se de sorrir,

As nuvens derramavam lágrimas de tristeza

e o céu parecia ter raiva,

pois o tom cinzento amedrontava.

Mal consegui segurar o telefone,

Ao receber tão triste notícia.

Abandonei o português e a história,

queria olhar nos olhos de minha amiga,

pois não podia acreditar em tão dura realidade.

Me enfureci com Deus e tive raiva do mundo.

Do portão do cemitério não consegui adentrar,

Chorando saí correndo ao ver a "linda" caixa de madeira.

Não podia acreditar, o que meus olhos me falavam,

e não podia ver os olhos de minha amiga fechados.

Cheguei em casa ofegante,

Com os olhos inchados e vermelhos.

Tranquei-me em meu quarto, agora com raiva de mim mesma.

Como pude me comportar assim, em um momento tão solene.

Nunca mais poderia ver o sorriso de minha amiga

ou ouvir sua doce voz, ou recostar me em seus ombros...

Não a vi uma última vez, por pura infantilidade.

Tinha raiva de mim, tinha raiva de Deus.

Então entrou em meu quarto um lindo anjo dos céus,

sentou-se ao meu lado, e virou para si o meu rosto,

antes fixos no chão,

não enxugou minhas lágrimas, como ela faria.

Mas olhou profundamente em meus olhos e disse-me:

Agora ela está com o Pai, longe das dores

e da tristeza de um hospital. Era demais para ela,

mas agora está feliz,

louvando a Deus como fazia junto contigo aqui embaixo.

Explicou-me que: A hora para todas as coisas debaixo

do sol. E por pior que pareça a vida é assim.

Devemos apreder a amar e a perder o que amamos.

Após falar isso, largou lentamente meu rosto e

estava já saindo, quando eu lhe pedi que permanecesse.

Balançou a cabeça em sinal negativo e disse:

Fiz aminha parte, agora você já sabe o que fazer.

E assim ele partiu,

Olhei para os céus e pedi o perdão de Deus.

E para coisa que penso em fazer, peço a direção de Deus.

E penso se minha amiga, dos céus,

aprovaria, ou não a minha atitude.

Para Kelly

Pequenina
Enviado por Pequenina em 24/08/2007
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