Cinzas acinzentados
Em seu fone de ouvido
Nenhuma música escutava
No silencio da sua barulhenta mente
Fingindo ela estava
Ela não queria conversa, só queria pensar.
Triste e reversa sua mente não parava de girar
Anoiteceu e o réveillon chegou.
Fogos de artifício, cada um com seu vício.
Todos comemoravam, promessas faziam.
Uns se abraçavam e outros só refletiam
Olhando o clarão no céu
Em sua mente se perdia
Pois ali ganharia
Um triste beijo de fel
Mente cheia ao mesmo tempo vazia.
Uma nova promessa que jamais se cumpriria
Novas promessas, pessoas antigas.
No marasmo da decepção não tem boas vindas
Ainda triste se sentia
Não há nada que poderia mudar
Pois esse mundo já não parecia seu lar
Sorriso na face ocultando a tristeza
Suas dores todas expostas numa mesa
Contrariedade num corpo de defunto
Seu coração parecia um buraco sem fundo
E se perguntava porque tanta dor nesse mundo
Seu corpo era um cárcere
Onde se sentia presa
Doava quentura mas recebia frieza
Mundo cinza, nas cinzas, acinzentado.
Seu coração pelo tempo fora rasgado.
Saudade de coisas jamais vividas.
Tanto lutou que logo cansou da lida.
Era jovem mas nunca foi linda
Nos versos dos seus poemas tentava desabafar
Para algum sentido na vida poder encontrar
Versos em rima ,saudades da prima
Que mesmo tristonha a deixava no clima
Rindo ou sorrindo com lagrimas no olho
Olhos de vidro, coração de plástico.
Seu mundo nunca foi fantástico
Sentia-se invisível
E nos estudos descia o nível
Invisível, que bom que seria
Se ao menos fosse o inimigo não a perseguiria
Do inimigo, uma Perseguição infinita.
Pois desde o ventre da sua mãe
Já lutava contra sua vida
A vida ela recebeu de presente
Mas não a queria
Pois se sentia
Presa numa corrente
Viver sem querer, morrer sem querer.
Qual é a desse mundo num abismo profundo
Somente em lagrimas a fez viver
Não recebeu auxilio de quem gostaria
Nenhum gesto de honra, a vida lhe daria.
Teve amor e parentes presente .
Mas seu grande amor sempre esteve AUSENTE
Na verdade, todos em lutas estavam.
Cada um com seu cada um
Suas batalhas enfrentavam
E assim fazendo, felizes ficavam.
Mas a negra moça os seus pés firmes não estavam
Procurou ajuda com psiquiatras e remédio
Mas não encontrou solução nem nos mais renomados médicos
Ajuda para que? qual é seu problema ?
Depressão e opressão, te povo com teorema.
Na neblina a felina
Sempre esperou um telefonema
Que daria fim ao seu problema.
Durante a vida só aumentou sua dor
Alguém um dia lhe disse que não gostava da sua cor
Cabelo sem forma, coração sem ritmo.
Pecou quando desabafou para seu inimigo intimo
Perdão não recebeu do seu próprio esposo
Para ela ,ele era uma obra
Mas para ele ,ela era um esboço
Nas escritas e escrituras nos versos e poemas
Sigo tentando achar
A cura para os meus problemas
Sei que um dia Deus me livrará de todo o mal
Mas se entender que ele não vem,
Me despedirei antes do próximo natal.