A moça em prantos

Os choros de quem se põe a chorar

é um pranto que se põe a prantear.

Os olhos ficam marejados

o coração apertado.

Oh, moça, que total langor!

De onde vem essa dor?

É a rosa? É o espinho? É a flor?

- Não! Então é amor?

Que desalento desesperado e melancólico.

Há uma lágrima que nem ao menos é um tom simplório.

Por que, moça, o alarde de seu pranto?

Oh, moça, por que chora tanto?

- É que tudo perdi e tenho vontade de morrer!

Não de amor, mas de tudo que o mundo me pôs a viver!

Publicado no meu primeiro livro solo, "Ensaio Poético" (ed. Virtual Books).

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