BROTO CEIFADO
É visitado teu estreito esquife
Por toda vizinhança:
Os senhores
Respeitosos e contidos
Reprimem todo ímpeto
De lamúria.
As senhoras empáticas
No vagaroso alarido
De prantos incrédulos
Tentam o consolo
De tua pobre mãe
Agora estarrecida.
Partiste súbita
Como toda vida finda
Mas tristemente
Antes de toda idade
À ser vivida.
Teu rosto pálido e infante
Alude a beleza incomum
De um frágil broto ceifado
Antes mesmo
De desabrochar.
E nos revela a efemeridade
De cada vida
Tal como a de uma vela
Agora acesa
Que num sopro inesperado
Pode se apagar.