Morfina
Morfina
E enquanto escrevo estas linhas,
As anteriores já não tem sentido.
Como uma cegueira desenfreada,
Ou lavagem cerebral desajustada.
E se eu pudesse rasgar meu peito,
Tocar no que me afeta por dentro.
Arrancaria esse ranço de uma vez,
Os ferros que causam este aperto.
E calaria estes gritos alvoroçados
Que a noite me oprimem a mente.
Troco o peso dos meus pesadelos
Por milhões de imagens oceânicas.
E quando existir esta oportunidade,
Entenderei exatamente a liberdade.
Agora pressiono as paredes da dor
Esperando que uma hora ela se vá,
Nem morfina cessa minha agonia.
Paulo Victor