A cor da dor
Versos sem a cor da rima de uma flor
Versos sujos de metáforas podres
Rimas perdidas nas cinzas do amor
Sonhos leves sequestrados
Por um antigo sonhador
Que outrora também se desencantou
Sonhos puros incendiados
Sem qualquer pudor
Sem qualquer temor
E, em meio às chamas,
Ninguém os resgatou.
E agora? Aonde vou, se perdi a mim?
Sou verso livre, senhorita
Sou "Claro Enigma" dessa vida.
O pulso se desfaz e jorra em plena aurora
Uma gota cristalina desliza
Baila muda e indecisa
E o rosto se faz mar
O fôlego se esvai aos poucos...
E a hora? E o tempo? E o ontem?
Não importa mais.
Alguém chora?
- Liberdade, vai! Estou indo logo atrás.