Clausura

Clausura

Rasteira é a dor que me esquadrinha,

Estes pés perseguidos pelas sombras,

Umas que vem no chão, outras no olhar,

Pedras são pregos afiados, minha sina.

Minha mente produz um pavor veloz,

Calafrios ao ouvir sussuros da rouca voz.

É o vento vil nas entranhas dos muros

Que sorrateiro fala, assovia, amedronta.

Discernir o que vejo é melhor não dizer,

Se até minhas palavras tomam formas.

Cada vez mais perto entre sons e toques.

Agora eu soluço, uma inclinação à morte.

A cama parece uma pedra fria, ou o fim,

Deitado e o destino pausa na ampulheta.

Seria o caso de viver a mercê da clausura,

Se para ambos lados cultivo amarguras?

Paulo Victor

Victor Cunha
Enviado por Victor Cunha em 18/12/2017
Reeditado em 18/12/2017
Código do texto: T6201725
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