Parque de diversões e divergências
Entro em um carrossel
repetidas vezes aceno para o mesmo fel
que dilacera minha vida inteira
faz parte da brincadeira
Na montanha russa em linha reta
Que me leva sempre a mesma meta
desgraçar meu coração aos pedaços
Junto os cacos em saquinhos de pipoca
Entro na fila outra vez
Esperando a hora de encerrar
mas nunca vem
A dor não vai parar
kamikaze é o amor
leva-nos as alturas
e regressa cheio de dor
lambo minhas feridas sem sutura
Pura tortura...
Preciso sair da fila
não suporto mais
tantos ais
todos os dias
Prometeram me alegria
Encontro uma beleza morta e fria
Dentro da sala de horrores
Deságuo minhas dores
Passa o dia
Passa o parque
O palhaço que deveria estar no circo
senta no banco de espera para o abate
Passaporte livre
usufrua de tudo quanto puder
Sofra ao máximo
pois és mínimo
Pó querendo alegria?
vá deitar em sua cova fria
Poeta ou palhaço
disfarço as lágrimas amarrando os cadarços
mas ergo me e choro
como um cão abandonado no frio
com um coração na mão que ontem estava cheio radiante,
amante, esperançoso, agora porém putrefato e vazio
Exalando morte pelo ar que respiro
prendo a respiração
quero sair
Passaporte livre
sem retorno ou reembolso
Morra!!!
Tolo
Morra, torto!
Bem vindo ao parque das divergências...