Parque de diversões e divergências

Entro em um carrossel

repetidas vezes aceno para o mesmo fel

que dilacera minha vida inteira

faz parte da brincadeira

Na montanha russa em linha reta

Que me leva sempre a mesma meta

desgraçar meu coração aos pedaços

Junto os cacos em saquinhos de pipoca

Entro na fila outra vez

Esperando a hora de encerrar

mas nunca vem

A dor não vai parar

kamikaze é o amor

leva-nos as alturas

e regressa cheio de dor

lambo minhas feridas sem sutura

Pura tortura...

Preciso sair da fila

não suporto mais

tantos ais

todos os dias

Prometeram me alegria

Encontro uma beleza morta e fria

Dentro da sala de horrores

Deságuo minhas dores

Passa o dia

Passa o parque

O palhaço que deveria estar no circo

senta no banco de espera para o abate

Passaporte livre

usufrua de tudo quanto puder

Sofra ao máximo

pois és mínimo

Pó querendo alegria?

vá deitar em sua cova fria

Poeta ou palhaço

disfarço as lágrimas amarrando os cadarços

mas ergo me e choro

como um cão abandonado no frio

com um coração na mão que ontem estava cheio radiante,

amante, esperançoso, agora porém putrefato e vazio

Exalando morte pelo ar que respiro

prendo a respiração

quero sair

Passaporte livre

sem retorno ou reembolso

Morra!!!

Tolo

Morra, torto!

Bem vindo ao parque das divergências...

Lauro Camilo
Enviado por Lauro Camilo em 17/12/2017
Código do texto: T6200952
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