NO CAIS

NO CAIS

Paulo Gondim

Por quem choras e aonde vais

Se tua dor não parece ter fim

Como barco que se vai do cais

E em cada soluço que do peito sai

Uma lagrima banha teu rosto

Como onda do mar de teus ais

E o mar te fascina e convida a zarpar

Na primeira barca, primeira nau

A cruzar ondas e águas turbulentas

Em noites sombrias, frias, violentas

Mas não te animas a sair do cais

Estás como tronco, fincado em arco

Imóvel, sem vida, onde se amarra o barco

Mas as águas que banham a praia

Ainda te levarão além-mar

E matarás saudade de quem não viste mais

E partirás, definitivamente, desse cais