Morrer para germinar...
Num labirinto de sombras
Se perdeu meu sonho
Num brilho alheio de ilusão
Apostei minha alegria...
Fazendo o percurso de Alice,
Encontrei meu gato...
Dispo meus receios
De olhar para mim,
E vislumbrar o que sobrou agora
Brumas de personalidade
Fixando os holofotes na realidade,
Vejo nítido o que ao longe pareceu pálido...
Revestida com a coragem dos de Verona
Lancei-me numa jornada rumo ao êxtase
E acessa as labaredas em mim
Não foi possível apagar as chamas...
A paixão se espalhou
Como o vento da tua presença...
Terra árida estou...
Mas se por um lado a força do fogo destrói
Por outro purifica...
No explodir de um vulcão
As lavas queimam tudo que encontram em seu caminho
Destruído o velho, adubando para o novo...
E a terra se renova,
E a relva floresce mais forte que nunca!
Uma nova estrela brota
Na explosão de uma nova...
Que em combustão dos opostos
Se formou...
Num núcleo da realidade alternativa
Jaz a lascívia bandida
Que me rouba a calma
Acorrentando-me a alma
Nos rochedos da desilusão...
Mas a visão é esplêndida!
Quando observada, suspensa no ar
Pelas asas de Cupido...
Flechada, ferida, apaixonada
Perdida...
Tendo o sorriso prisioneiro agora
De uma emoção...
E me percebo,
Inquilina, mais uma vez
Da hospedeira solidão!