Vale dos suicidas
Se a morte perguntar por mim
Diga à ela que saí
Que fui ali comprar
Uma garrafa de cachaça
E um maço de cigarros
Diga à ela que ja volto
Não sou covarde
E jamais vou fugir
Até por que a morte é liberdade
deixar de lado este corpo
Que um dia irá apodrecer
Debaixo da terra
Numa caixa de madeira
Sendo comido por larvas
Prisão mesmo é a mente
Estou alguns dias preso
Dentro de mim mesmo
E sendo terrivelmente espancado
Por pensamentos que eu nunca
Quis ter.
Outra vez a vida segue
Sem controle
Meu corpo se defende
com uma crise de depressão
E tudo que eu quero
É
Me trancar no quarto
Ficar la por uns 3 dias
Só fumando e escrevendo
Deitado em posição fetal
Fingindo que não existo
Eu disse a um tempo atrás
O que ninguém quis ouvir
EU ESTOU CANSADO DE VIVER
Devaneio infernal
Ou a traição da mulher que se ama?
A morte de meu pai que me atormenta
Ou a falta de grana?
O que é verdade nesse mar de coisas
Tristes que vivo entre uma poesia
E outra e outra e outra e outra
Puta fazendo cu doce antes
De abaixar a calcinha?
Se a morte perguntar por mim
Implore e ela que me espere
Quero morrer lúcido e
De forma rápida, ja que por hoje
Ainda não estou disposto
A caminhar no inferno
Pelo vale dos suicidas