Malograda vida
pior que um corpo aprisionado
é uma alma aprisionada
a vida espreita a morte
e eu não sei por que,
como, para que, eu vivo:
sou cadáver malogrado
eu vivo, mas triste
duma tal tristeza
tão seca e tão sem poesia
vivo: tão ausente,
tão vaga...
quem me dera
se uma mão guiasse a minha
e se dissesse:
-Irmã minha, não sabes que o amanhã existe?
talvez um tímido sorriso
nascesse no fundo de minha miséria.