O que não tem nome.
Às vezes dá uma nostalgia que não tem nome nem rosto,
que não encontro no passado nem no futuro,
feito fumaça em dia nublado,
feito nuvens em dias de vento,
feito sol em dia chuvoso.
Nesses momentos,
uma lágrima teimosa vaza
sem minha permissão nem consentimento,
nem entendimento,
a lágrima teimosa,
e só me resta afastá-la com as costas das mãos
até que volte, e volte, e volte.
É o indizível que me toma de surpresa
e me acompanha como uma sombra indesejada.
E, acordo final com meu invasor sem nome - a dor -
resigno-me a carregá-la feito criança indefesa.
Contudo, a pergunta continua
Quem me tem? Quem tem quem?
Eu ou ela, a dor sem rosto,
a lágrima rebelde?
Jeanne Geyer