Desalento
Eu Corro
Na corrida vou desaparecendo
Vou ficando invisível
Minha passagem é quase imperceptível
Quase um fantasma
Caminhos diários
Ficam para trás
Eu Corro
O tempo corre também
A ampulheta não deita
Cabeça batendo em obstáculos
Objetos pessoais ficando pelo caminho
Querendo marcar o caminho
Os pés esmagando flores, sementes e frutos
Estou vendo a fragilidade
O tênue fio que separa a vida e a morte
Eu corro
Os outros também
Todos seguem
Ninguém prevê o que há virando a esquina
Céu clareando
Névoa diluindo todos sonhos