Túmulo pérvio
Contemplo a sepultura de uma dor amortecida
Cuja estrutura o tempo se encarregou de corroer.
A relva que cresce vai encobrindo sua presença
E os que passam pela tumba não lhe dão importância.
Mas eu a reconheço e ainda a velo
Como num luto que não há de ter fim.
Na missa da mágoa eu remoo o passado
E as flores do sepulcro são chagas que cresceram em mim.
Nesse enterro não havia convidados
Apenas minha dor e eu, lado a lado
E a terra que testemunhou o fingido Adeus.
Mas eu sei que apesar de enterrada,
Debaixo de sete palmos sepultada,
Esta dor ainda atormenta o meu Eu!