DEPRESSÃO

Não há como saber

Mas às vezes as lágrimas caem

Como se viessem aliviar

A alma desesperada.

Uma dor fina e crescente

Que fere o coração

Talvez dor de angústia

Ou quem sabe decepção

Um lamento sem sentido

Que não há fundamento

Porém é tão preciso

Que cala o sentimento.

Não há o que fazer

Num coração que chora

O dia que a alma esfria

Dos olhos a dor escorre

Sem princípio, meio ou fim

O dia finda na escuridão

O olhar fecha para a vida

E resta a solidão

Não há o que nem porque

Há um calar profundo

Há um sentimento de derrota

Há um lamento moribundo

Sim, porque falar desse tema

É fato mais do que contado

Inúmeras pessoas sofrem

Desse mal infundado.

Cala seu coração na força

Trava seus lábios na guerra

Segura seu pranto na ponta

Esquece seu mundo e encerra.

Com simples sentimento de ontem

Sem custas no amanhã

A única certeza é a derrota

E uma fragilidade pagã.

No rio interior que se forma

Encontra forças no inimaginável

Sucumbe seu rosto por terra

Recorre ao apoio abençoado.

Daí sai de sua tragédia

Sorri um sorriso pálido

Quem pensa que é o fim

Apenas um tempo cálido.

NEUZA DRUMOND
Enviado por NEUZA DRUMOND em 29/09/2017
Código do texto: T6128520
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2017. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.