DEPRESSÃO
Não há como saber
Mas às vezes as lágrimas caem
Como se viessem aliviar
A alma desesperada.
Uma dor fina e crescente
Que fere o coração
Talvez dor de angústia
Ou quem sabe decepção
Um lamento sem sentido
Que não há fundamento
Porém é tão preciso
Que cala o sentimento.
Não há o que fazer
Num coração que chora
O dia que a alma esfria
Dos olhos a dor escorre
Sem princípio, meio ou fim
O dia finda na escuridão
O olhar fecha para a vida
E resta a solidão
Não há o que nem porque
Há um calar profundo
Há um sentimento de derrota
Há um lamento moribundo
Sim, porque falar desse tema
É fato mais do que contado
Inúmeras pessoas sofrem
Desse mal infundado.
Cala seu coração na força
Trava seus lábios na guerra
Segura seu pranto na ponta
Esquece seu mundo e encerra.
Com simples sentimento de ontem
Sem custas no amanhã
A única certeza é a derrota
E uma fragilidade pagã.
No rio interior que se forma
Encontra forças no inimaginável
Sucumbe seu rosto por terra
Recorre ao apoio abençoado.
Daí sai de sua tragédia
Sorri um sorriso pálido
Quem pensa que é o fim
Apenas um tempo cálido.