Prisão
Essas paredes a cercar-me a imaginação...
Delas sou prisioneiro e desconheço
O mundo fora desta prisão.
Que prisão é essa que não tem endereço
Mas tem por certa sua localização?
Nela me encontro e por vezes recebo
A visita de uma intrusa chamada solidão.
Qual crime fui capaz de cometer
Para tão cruel sentença merecer
De neste lugar minha vida viver?
Quem terá sido o juiz que em toda sua maldade
Foi capaz de tamanha atrocidade
Por condenar-me a este lugar de morbidade?
O que posso fazer para ter minha causa defendida
Ou quem sabe minha pena reduzida
E nos braços da liberdade voltar a viver a vida?
Ah! Um grito de socorro ecoa pelos corredores
Revelando meu completo estado de dores
Neste pesadelo em forma de prisão
Que por acaso descobrir chamar-se depressão.
Mas por sorte no cárcere em que me encontro
Tenho a presença amiga de um anjo sempre pronto
A enxugar de meus olhos todo pranto
Que copiosamente insiste em cair no chão.
Com tal angelical presença
Tenho cumprido minha sentença
Na esperança de um dia desta prisão sair
E para a bela vida que um dia vivi voltar a sorrir.