Sombras
Ainda na penumbra da manhã que nasce,
Por uma pequena fresta na janela,
Um filete de luz difusa projeta sobre mim todas as sombras.
Mas não são as sobras reais que me incomodam.
As sombras que me atormentam são aquelas que não posso ver,
E que escurecem a minha mente.
Como a ignorância sobre o que ainda não sei...
Os mistérios, se é que existem...
As crenças que me rodeiam, nas quais não acredito...
As crenças que me norteiam, nas quais ninguém acredita...
Os segredos que guardei, e que queimam a minha consciência...
Os segredos que revelei e até hoje me machucam...
As palavras que calei e que hoje gritam dentro de mim...
As palavras que proferi de forma inadequada, e que me foram devolvidas como lágrimas...
São sombras que se movem ao meu redor, embora não possa vê-las.
Sombras que a minha luz interior não consegue dissipar por completo