Adereço
Tornei-me enfeite, peduricalho
Adereço fiel
O objeto que sana as dores
De utilidade contada
Necessário quando dá
Peça sempre a se adaptar
Gastei breve
E escassa disposição
Ilusão de reciprocidade
Se atrasar o relógio
Não recupero o tempo
Despi meus sonhos
Fragmentos
O que de melhor havia
Desperdicei horas e dias
Em ausências
Numa crença intensa
Sobre infinitas possibilidades
Então
Assumo minhas responsabilidades
E me retiro
Dói, da bala ao tiro
O disparo do acaso
No alvo
Na mira
A vida ensina
Segue Adiante
Sem rota
A meta?
Sair sem bater a porta.
- Charlene Angelim