AMORES LÍQUIDOS...

Amor líquido

Nunca feito para durar

Difícil encarar essa verdade

Desamor seco, seria melhor dizer

Vem uma vontade de chorar...

Memórias indigentes

A superfície da pele

Foi o que restou da gente.

Coisas do século do só sentir

Pegar, tocar deitar.... Sem se entregar

Sensação de alerta...

Emoção devastadora,

Paixão...

Pois amor, não tem relação como mãos suadas

E disparar do coração...

Nem boca seca,

Apenas o silêncio da razão...

Desejar ser domada por vezes infindas...

Deixar fluir as seivas

Dominando as selvas internas

Repletas de feras...

Que matam suas belas

Sem fantasia, sem romance...

Sentir-se parte do elemento ar....

Mas como tempestade de verão

Meteoro de sensação...

Atravessar o universo

Num segundo de um beijo!

Paixão é tudo isso e muito mais...

Amor,

Não é fogos de artifícios

Carnaval em sua época...

Amor,

É cotidiano, é denso, profundo...

A melhor coisa desse mundo,

Mas tão raro

Que só os tem os premiados...

Amores líquidos...

Crianças grades, mimadas

Não sabem lidar com as frustações...

Nem esperar o nascer da emoção...

Conformamos com imitações

Sonegam os sentimentos

Custeados pela ansiedade de sentir...

Amor,

Precisa de tempo para se forma, consolidar...

Temos presa,

Muita presa...

Como atletas sexuais

Pula-se de cama em cama...

De história em história...

Com começos, e parcas horas de meio

Sem jamais compartilhar o fim...

Sem perceber o brilho de olhos

Na volta.... Não há!

Amores líquidos,

Não nos dão o direito de sonhar!

Observadora
Enviado por Observadora em 04/09/2017
Reeditado em 28/10/2017
Código do texto: T6104699
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