Sirenes e Fases
Uma casa sem coluna
Só, no abismo de si mesma
Luz e trevas, escritos na rua
Fauna do corpo, flora da alma
Essência nua...
Acorde, comove seu próprio caminho
Diretrizes que sustentam o martírio
Objeto, instinto e trauma, sozinho
Devorou-me o corpo,
Nenhum vestígio
Oco, um aspecto intrínseco
Sirenes denotam meu pecado
Relatos de um sujeito adormecido
Entregue às páginas de um livro,
Rasgado
Por entre acertos e perguntas
O mistério que me finda configura
Dejetos e fragmentos, moldes à costura
Torno-me abstrato, relapso
Desfigura
Conexão de um prenúncio, sentido
Escasso semblante em penumbra
Amanhecer deste dia, perdido
Cubro-me de sangue, vestido
Sem tecido...
Não era quente, nem frio
Não havia dor ou saudade
Apenas um instante, sombrio
Adormecido na noite,
Estava imóvel na rua
Ingresso na morte,
Sem piedade...