Eu, labirinto

Engraçada essa vida que passa

Sem nunca de mim pedir nada em troca

Me oferece suas horas escassas

Vestida de morte, seduz, me provoca

A cada nascer do sol é despedida

Dessa vida que me deu de tudo e quase nada

Embriagou-me numa tristeza desmedida

Entre soluços de solidão desenfreada

Ah, a solidão, eterna e jovem

Incansável companhia dos meus dias

Seus longos braços frios me envolvem

E num triste bailar me cadencias

Cercado de tanta gente com pressa

Invento uma pressa também

Por perceber que só a mim interessa

O que parece não interessar a mais ninguém

Confuso e perdido num labirinto criado

Dentro de mim, velo as saídas

Tento vagar, em vão sou guiado

Pelas mesma palavras nunca proferidas.

Tiago Russo
Enviado por Tiago Russo em 03/09/2017
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