Noite passada...

O travesseiro amassou os cabelos

Adormeceu a alma sem pesadelos

Não viu olhar tão triste no espelho

Pelo abraçar do tragável conselho

Que aprisionou o verbo mais lindo

E fez com que tudo fosse ruindo

Como as pétalas que vão caindo

Feito o poema aos trancos, saindo

Sangrando por espinhos, colorindo

Papel branco, o vermelho surgindo

Formando um coração inteiro, juro

Que não juro mais, é claro, escuro

O futuro caminha lento, forte vento

Varrendo a vida, temporal levando

Flores por avenidas do pensamento

Enquanto tristeza vai escancarando.