Águas Soteropolitanas
Se não houver nada mais importante para fazer
Imploro que saia dos versos em que criticas a nossa demora de estarmos juntos
E me pegue pela mão, me conduza para uma vida feliz
Eu ando sofrendo calado por não ter você por perto
Se não estiver se lamentando da boca pra fora
Me chame pelo nome, que ainda hoje sairei de casa e vou morar no teu carinho
Eu ando triste mesmo nos versos em que digo o contrário
Entre o que eu queria ser e o que sou
Ah, meu amor, que distância!
Queria ter filhos com você, não por prisão, mas para que o nosso amor tivesse a nossa cara, assim como fizera com o homem a quem dedicas os teus melhores dias
Sinto raiva de mim por ter sido falho e não ter percebido o teu amor enquanto havia tempo
Chorei pela pessoa errada e hoje choro de arrependimento
Caso ainda tenhamos tempo, caso a morte esqueça de nos alcançar
Eu te convido para fugir comigo, vamos morar na Bahia, namorar em Itapuã.
Se tiver coragem de cumprir as narrativas dos teus textos, eu te garanto amor fidedigno e felicidade imensurável
Tenho uma proposta de emprego para primazia brasileira
Podemos gastar nossas peles nas águas soteropolitanas
Podemos viver o amor além dessas palavras
Podemos recusar o fracasso de nossas vidas que só aumenta por consequência da nossa distância