Naufrágio de mim
Das lágrimas criei um barco
Para velejar em minha tristeza
No horizonte a terra parecia fraca
E nos desencontros do tempo
Um rio vinha me abraçar
Não tenho profissão
Porque estou entre
O velho e o mar
A juventude e a solidão
Hoje fui o mar erguido
De minhas lágrimas
Ontem fui um instante de felicidade roubada
Pelo medo de seu fim
Sou esse instante que escrevo
A vida que esmaga
O cotidiano que cobra
Quando não estive
Hoje sou o barco que construí
Para em minha tristeza velejar...