Você pode até...
Você pode até, amor, dizer
Que não me ama
Nessas horas não choro meus olhos
Inexistentes e tensos
Nem a farsa diária que com máscaras
Represento
Num gosto amargo com sabor de renúncia
Pra sociedade burguesa
Não procuro tuas mãos
Trêmulas ou intactas
Não falo nada
Nem num rápido momento
No olhar pra coisa mais linda
Que são teus olhos
Mas dentro, amor
Dentro do fundo do meu pequeno peito
Morre mais um pedaço
Sorrio
Como a farsa de um palhaço
Rose de Castro
A ‘POETA’