Você pode até...

Você pode até, amor, dizer

Que não me ama

Nessas horas não choro meus olhos

Inexistentes e tensos

Nem a farsa diária que com máscaras

Represento

Num gosto amargo com sabor de renúncia

Pra sociedade burguesa

Não procuro tuas mãos

Trêmulas ou intactas

Não falo nada

Nem num rápido momento

No olhar pra coisa mais linda

Que são teus olhos

Mas dentro, amor

Dentro do fundo do meu pequeno peito

Morre mais um pedaço

Sorrio

Como a farsa de um palhaço

Rose de Castro

A ‘POETA’

Rose de Castro
Enviado por Rose de Castro em 13/08/2007
Reeditado em 13/08/2007
Código do texto: T606065