A Última saudade
Nasce em mim a esperança, como nasce a flor a cada primavera,
Renovam-me as expectativas; o ressoar brando da sua voz,
Quebra o silêncio obscuro em minh'alma.
E revela toda necessidade que tenho de ti.
O canto manso do regato,
Embalado pela sinfonia chorosa de aves noturnas,
É testemunha dos abismos que em minh'alma surgem
Quando de ti sinto saudades.
São tantas as lembranças, tantos desejos,
Que com lágrimas, marco o caminho do exílio, do qual jamais voltarei.
Caminhos, que não são os teus caminhos,
Que, perfumados pelas flores das escolhas que fizeste,
Conduzem-te em raios de luz ao ponto mais alto,
No qual, jamais te alcançarei. De novo....
Ébrio pelos orvalhos e seivas da paixão,
Meu corpo percorre labirintos intermináveis.
Levo tatuado em mim, o frescor da tua pele jovial e macia,
Que um dia me fez Teu.
Dedico as ultimas horas da noite
Assim como os últimos suspiros meus a exaltar o teu nome;
E com ele, farei decorar o tronco da figueira.
Sob a qual, habitarei a minha última morada.