A Última saudade

Nasce em mim a esperança, como nasce a flor a cada primavera,

Renovam-me as expectativas; o ressoar brando da sua voz,

Quebra o silêncio obscuro em minh'alma.

E revela toda necessidade que tenho de ti.

O canto manso do regato,

Embalado pela sinfonia chorosa de aves noturnas,

É testemunha dos abismos que em minh'alma surgem

Quando de ti sinto saudades.

São tantas as lembranças, tantos desejos,

Que com lágrimas, marco o caminho do exílio, do qual jamais voltarei.

Caminhos, que não são os teus caminhos,

Que, perfumados pelas flores das escolhas que fizeste,

Conduzem-te em raios de luz ao ponto mais alto,

No qual, jamais te alcançarei. De novo....

Ébrio pelos orvalhos e seivas da paixão,

Meu corpo percorre labirintos intermináveis.

Levo tatuado em mim, o frescor da tua pele jovial e macia,

Que um dia me fez Teu.

Dedico as ultimas horas da noite

Assim como os últimos suspiros meus a exaltar o teu nome;

E com ele, farei decorar o tronco da figueira.

Sob a qual, habitarei a minha última morada.

Ednaldo Nunes
Enviado por Ednaldo Nunes em 15/07/2017
Reeditado em 26/09/2022
Código do texto: T6055576
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