Entre Tristes Linhas
As lembranças me vêm como vento e toma conta como a neblina pela manhã. Deixa eu poder sentir mais um pouco dessa quimera, deixe eu poder sentir um pouco da loucura desse devaneio.
Como dizia aquela linda canção ainda podíamos nos encontrar como estrelas perdidas nesse universo. Vagando e cintilando por aí nesse infinito de estrelas, reluzentes como ouro.
Velhos retratos em preto e brancos, onde a cor tem cor e é nítida só nas lembranças, mãos vazias, você foi embora. Quanta sensibilidade se via naquele parque. O frio a se espalhar, espalha entre corpos, folhas, galhos, animais, aves, insetos, se espalha sobre tudo. Mãos no bolso a se esquentar, cadê você? Se não aqui dentro mim, a mim fazer lembrar de ti. Luzes brilhantes na escuridão noturna da noite, luzes a brilha com estrelas, noite negra como seus cabelos.
Através da janela, vejo quantas vidas, quantas historias, deixo, deixo eu a esculpir através das palavras o que foi aquilo.
Bastava qualquer coisa para virar uma fagulha e fazer pegar fogo, fazer lembrar de você. Uma fênix que morre e renasce nas profundezas do coração da minha alma.
Quanto tempo faz, mundos de redemoinhos que sempre traz, sempre traz de volta você. Ruas expressas mundo eloquente, porque o dia não está quente?
Deixe-me, deixe-me aqui a escrever entre linhas o que ainda sinto e que vou eternamente sentir nas profundezas tremulas de minha própria alma.
Como não me machucar mais do que já me machuquei, ao amar com tal prazer você, ao caminhar por um caminho de rosas mortas e escuras. Só o amor humano não basta para me ferir, mas o que eu sinto pelos seus olhos sim.
Entre uma linha ou outra abro minha alma que se rasga nas trevas, alguns pensamentos se molham na chuva outros se seca no sol. Então no horizonte eu vejo você, sim em um belo, em um belíssimo horizonte, seus olhos, seus cabelos negros como a noite.
Alma que sangra, pobre anjo caído entre os mortos, único lugar para consolação o único lugar para uma solidão tranquila. Se não fosse o alto de uma montanha ao longe de tudo aquilo que se ausente de vida, ao longe do mundo dos homens, ao longe da sociedade e bem perto de Deus.