A MORTE DA VIDA
No vapor do velório da vida,
Vejo você vulnerável,
Vejo vultos verdejantes,
Ouço vozes veladas,
Sinto a violência verídica
Do vilipêndio da vida
Que a morte insiste em apagar,
Como apaga as chamas das velas:
Verde, vermelha e violeta.
Vejo no velório da vida
Você vestida de vítima
Voando vagarosamente
Feito vaga-lume velho.
Vejo em vigília vários vivos,
Vejo meu corpo na Terra;
Minh' alma, no céu.
Ambos divorciados pela morte.