Mais um Soneto da Dor

Hoje, como todos os dias, eu senti dor.

Hoje, como todos os dias, nenhuma lágrima se derramou.

Hoje, como todos os dias, senti falta e nostalgia.

Hoje, como todos os dias, não senti mais amor.

Mesmo com lágrimas preenchendo meus olhos

Nenhuma gota molhou meu rosto.

Profundo, não?!

Tenho a audácia de dizer que não

Afinal, é só uma dor.

Apenas mais uma entre tantas outras.

É minha, sim, mas continua sendo apenas mais uma dor.

Incomum e absurda, mas uma dor.

Logo eu, que tanto chorei

Que tanto sofri

Continuo a sofrer

E a chorar dentro de mim.

Um dia minha dor foi placebo

Genérica e forjada.

Mas hoje ela é tão real

Quanto o vento que não se vê, mas sente

E os pássaros que voam no céu, exalando explendor e liberdade.

Mas, no momento, estou preso.

Há tempos não escrevia dessa forma,

Há alguns dia profetizei que nunca mais escreveria,

Mas é o combustível da minha alma.

Sem escrever, volto a dizer, eu morro.

Dentro de mim tem essa dor

Esse clamor, esse pedido por socorro.

Há tempos pensei em suicídio.

Hoje, não mais.

Eu até queria que essa lágrimas caíssem

Mas o tubo que leva lágrimas aos meus olhos, quebrou, foi violado.

Minhas lágrimas caem, jorram para dentro de mim, apenas.

E não há nada que eu possa fazer

Talvez, sim, haja uma coisa.

Uma pequena, que me parece tão grande, coisa.

Mas será que consigo o fazer?

Essa questão ecoa dentro de mim.

Mas... Mas... Mas....

São tantos mas, poréns, e porquês.

Que não sei ao certo o que dizer

Sobre essa dor que só sabe me corroer.

David Alex
Enviado por David Alex em 12/06/2017
Código do texto: T6025279
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