abril.

Aquilo que tanto se procura

Tudo quanto nos tortura

Simples atalhos

Te carregam pra lugar distante

Que fica em frente

à altura dos olhos fechados

Na palma da alma

O Pacto de amor

Um traço de vida

Esboço de paz

Que jaz, por sobre pedra fria

E ainda assim

Te espera em algum canto de mundo

Num pranto sentido

Que não faz nenhum sentido

Apesar de aparentar

Algo um tanto mais profundo

Um desenho apagado de alma

Na parede desbotada

Que alguém pintou

Na semana passada

Normas que escreveu

E ninguém leu e nem cumpriu

Dias de noite clara

Raras noites

Cujas manhãs, um tanto mais escuras

Fazendo a gente olhar e não ver nada

Chuva que cai, se vai...ninguém se molha

Vida que se passa

Sem graça, sem sentido

Perde-se a vez

e outra vez é mês de abril

Olhos fechados

Ninguém viu.

Edson Ricardo Paiva