Bem vindo ao inferno
Não quiseste o que já estava pronto,
Recusaste o caminho certo
Sempre buscas mais,
Perto do que é torto
corre solitário pela estrada sinuosa
Prostado diante do precipício
Blasfemando antes de se jogar
De olhos vendados
Confiando num Deus
Que não salva,
Nem abençoa
Muito menos liberta
Assim és como:
O cão, que lambe os pés
Do dono que maltrata
Como um homem
Que persegue uma mulher
Que se deita com outro
E oferece sua raba
Pra qualquer um
Que lhe pague uma bebida
Porém, entre os tropeços
E nítida a evolução,
Da mente, do corpo
Do amor que nasce
Entre versos.
Como as flores feitas
Pro teu velório,
Onde ninguém há de chorar
Nem aparecer pra dizer Adeus
Uma cova rasa, num caixão de madeirite
Levado pelas cordas
Por dois funcionários bêbados.
Maldito homem fraco
Morto em vida
Findado após um
Suicídio. Sem volta!
Bem vindo ao inferno
Poeta maldito.