Minha Infância
Que saudades de minha tenra infância,
Dos meus tempos de criança,
Descalço jogava bola,
Empinava pipa,
Andar de bicicleta, brincava de pega-pega,
Poucas vezes via televisão,
Gostava aos domingos,
Via desenhos e os trapalhões.
O tempo foi passando, cresci,
Responsabilidades, muitas, adquiri,
Não me empenhei em estudar,
E como diz Zeca Pagodinho,
Deixei a vida me levar.
O tempo passou, hoje aqui estou,
A criança que cultivava, se cansou,
Sem nenhum adeus, me deixou,
Partiu para brincar, me abandonou.
Deixou o adulto carrancudo,
De mal com a vida,
Buscando sempre explicações de coisas mal resolvidas.
Usa da terapia, talvez por não ter amigos,
Vive para lá e para cá,
Mas nunca deixa ser visto,
Transformou o seu íntimo, no mais seguro esconderijo.
Continua deixando a vida o levar,
Daqui para lá, de lá para cá,
Sem fé, sem opinião,
Vai conforme o fluxo, vezes na contramão.
Nem pai, nem filho,
Nem marido, nem amigo.
O que restou desse adulto então?
Não existe alma neste corpo?
Ou é preenchido por desilusão?
Deus, faça a criança voltar,
Como antes, quero passar a vida a brincar.
Da responsabilidade, sei, não vou me livrar.
Porém gostaria daquela alegria de volta,
E o amor pela vida novamente provar.