Minha Infância

Que saudades de minha tenra infância,

Dos meus tempos de criança,

Descalço jogava bola,

Empinava pipa,

Andar de bicicleta, brincava de pega-pega,

Poucas vezes via televisão,

Gostava aos domingos,

Via desenhos e os trapalhões.

O tempo foi passando, cresci,

Responsabilidades, muitas, adquiri,

Não me empenhei em estudar,

E como diz Zeca Pagodinho,

Deixei a vida me levar.

O tempo passou, hoje aqui estou,

A criança que cultivava, se cansou,

Sem nenhum adeus, me deixou,

Partiu para brincar, me abandonou.

Deixou o adulto carrancudo,

De mal com a vida,

Buscando sempre explicações de coisas mal resolvidas.

Usa da terapia, talvez por não ter amigos,

Vive para lá e para cá,

Mas nunca deixa ser visto,

Transformou o seu íntimo, no mais seguro esconderijo.

Continua deixando a vida o levar,

Daqui para lá, de lá para cá,

Sem fé, sem opinião,

Vai conforme o fluxo, vezes na contramão.

Nem pai, nem filho,

Nem marido, nem amigo.

O que restou desse adulto então?

Não existe alma neste corpo?

Ou é preenchido por desilusão?

Deus, faça a criança voltar,

Como antes, quero passar a vida a brincar.

Da responsabilidade, sei, não vou me livrar.

Porém gostaria daquela alegria de volta,

E o amor pela vida novamente provar.

Charles Alexandre
Enviado por Charles Alexandre em 06/06/2017
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