Dia ruim
Meus acordos são vãos,
insistem em decorar abismos,
constroem muros baixos,
e tudo passa.
Meus silêncios insistem em cantar refrões que não existem,
eu continuo com os mesmos defeitos.
E tenho uma dose diária de algum humor vazio,
tenho tentativas acumuladas em gotas,
e todas elas me transformam no que não sou.
Quem eu sou?
O que sou?
Nenhum comprimido me escapa,
e as noites contam cercas, e nenhum animal.
E eu conto os segundos,
as possibilidades de encontrar uma sombra por aí.
Je crois que je suis fou.
Mas rolei as escadas mais de uma vez.
E o mar aumentou.
Minhas leis são mesmo
leis que escapam.