Soneto da Dor

Eu tenho doído muito.

Eu tenho doído todos os dias,

Segunda, Terça, Quarta

Quinta, Sexta e Sábado.

No Domingo, onde eu deveria ter descanso,

É o dia em que mais doou.

Minha dor é a dor de quem perde um dedo,

De quem leva uma faca no coração.

Minha dor é a dor de quem leva uma pancada com madeira nas costas.

Eu tenho doído todos os dias

E ainda assim estou vivo,

Sobrevivendo.

Eu tenho doído

E é só que sei fazer ultimamente

Doer, doer e doer.

Eu tenho doído todos os 31 dias do mês

Todos os 12 meses do ano.

Eu tenho doído no verão, na primavera

No outono e no inverno.

Eu tenho doído de uma dor tão grande

Que meus pés não conseguem mais me sustentar.

Eu tenho doído sempre,

Mas toda essa dor, um dia, há de acabar.

David Alex
Enviado por David Alex em 31/05/2017
Reeditado em 31/05/2017
Código do texto: T6014426
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