Diagnosticada a crise
Vem as dores
Mas, não são inéditas.

A quebra dos ponteiros do relógio.
Não significa que acabou o tempo?

Se o erro foi grave
Será irreversível?
Será incurável a doença de pecar?

Diagnosticada a crise.
Lá vem o sentimento de culpa.
Para que serve a culpa?
Deixa a alma pesada.
Os passos curtos
E o caminho íngrime...

Diagnosticada a crise.
Esperanças morrem afogadas em lágrimas.
Arrependimentos tardios e inúteis.
Gestos de desespero e melancolia.

A pantomima de tragédias
envelhecidas.
Não sabemos escolher.
Vascilamos em punir.
Temos o grito sufocado 
pela alienação e desgosto.

Diagnosticada a crise.
O único remédio é a poesia.
A rima leve e sub-reptícia.
O lirismo colorido das faces humanas.
O enigma do subtexto delas.
A vontade de erguer-se
A vontade de não desistir.

Eis que a crise serve para a renovação.
Eis que a crise procria fênix
Eis que a crise dá outra significação 
às cinzas,
ao fogo,
à ira,
ao tempo de amadurecer,
ao ato de escrever.
Increver-se
Descrever...
Ver além do possível.
GiseleLeite
Enviado por GiseleLeite em 19/05/2017
Código do texto: T6003103
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2017. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.