*Jaz
Eu fui sem partir,
Parti sem ir
Foi assim que me perdi
Mesmo estando por aqui.
Como medir uma distância tão próxima?
Talvez pelo espaço vazio que restou
No lugar do coração,
Ou pelo frio que sinto nesse verão.
Os mesmos olhos que brilham à um palmo diante dos meus,
Olham distantes,
Não dirão adeus
Pois não estou aqui,
Tento me agarrar no que perdi,
Perdi o que talvez nunca tive
Tive algo que nunca foi meu.
Quero chorar,
Mas as lágrimas pertencem ao corpo,
Hoje sou sopro,
Gritei que amo
E o amor ecoou em vão,
Se perdeu no labirinto da solidão.
Não sinto mais o seu cheiro
Só lembranças tristes queimam em meu coração...
Não...
Não tenho coração...
Restou só o vazio,
O frio
E a escuridão.
É tarde para declarar esse amor,
Tarde para cultivar a semente que você plantou
Queria cuidar de você
Do mesmo modo que cuidou de mim,
Arrancar o sofrimento de seus olhos,
Pois nunca fui merecedor.
Foi eu que morri
Estou de passagem apenas para dizer adeus
Mesmo sabendo que não vai ouvir,
Descanse meu amor,
Encontre sua paz.
Aqui jaz.