Tenho joelhos frágeis,
Não me ajoelho.
Minhas mãos estão gastas
E meus olhos, secos.
 
Foram-se as curvas do caminho,
A vida tornou-se uma reta interminável.
 
Os sonhos se perdem no espaço,
Coitada da minha aorta...
 
É faca, foice,
Bisturi,
O último que ri.
 
São vorazes os ursos do paraíso,
Presas afiadas, pedras colocadas
Entre a mentira e a verdade.
 
Nada é verdade
Além da minha face avermelhada,
Luto nos olhos,
Vergonha na cara.
 
A tristeza remete à poesia,
A rara ciência do desconhecido,
O viver, mesmo sem valer a pena,
Apenas por ter vivido.
 
 
 
MARIO SERGIO SOUZA ANDRADE
Enviado por MARIO SERGIO SOUZA ANDRADE em 12/05/2017
Reeditado em 12/05/2017
Código do texto: T5997386
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