HORIZONTE PERDIDO

Perdoai-me a franqueza

A dureza de não ser brando

O que vejo ofende a natureza

Em golpes de fogo queimando

Nesse país à beira do óbito

Sem soldados e sem comando

Quase perdido e perambulando

Sigo uma jornada sem céu

Réu também nessa tristeza

Que apodrece rostos sem véu

Queria não ter de olhar-vos

Passar por vós na doce brisa

Ausentar-me dessa maldade

Correr para a vida interrompida

Sei que estou na contramão

De uma criação desmerecida

Lanço-me na imensidão do poço

Num vazio sem contestação

Sou um pedaço de incerteza

Que busca abrigo em outra mão

Mongiardim Saraiva
Enviado por Mongiardim Saraiva em 09/05/2017
Código do texto: T5994144
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