Última manhã
Uma dor que vem suave, quase despercebida, se aloja em meu peito.
Uma manha de tristeza, com lampejos de horror...
Indignação de um mundo de máscaras
De uma vida de escuridão, solidão e desamor...
O que fazer com a esperança que habitou em meu coração?
E hoje se resumi em cinzas de desilusão...
Não, não posso estar condenada a viver neste inferno em vida...
A pior dor que alguém pode sentir... A angustia que domina a alma
Impregna nas entranhas, e se revela no pranto...
Apenas a dor me consola e me acalma
Apenas o sangue que passeia em minha pele pálida
O vermelho que tanto amo... a vida que tanto odeio...
Ali caem no chão, me abandonam sem nenhum receio.
Ambos escorrem de minhas veias sinuando até gotejar
Vou embora na aurora da vida, sem mesmo saber o que é amar...