A Guerra
Massa biológica eletrizada pelo sopro divino
nada mais que tudo
tudo menos que "isso"
lamentando pelos cantos os sortilégios dessa terra assolada...
Não posso exercer a carne se os gritos de dor me dilaceram
me fazem alma penada!
O show pirotécnico da guerra
toda essa miséria retalha meu ânimo e me deixo para a fome da "fera"!
É um desespero excruciante!
O remorso de um mal irreparável entala na garganta, não posso vomitar!
Como o diabo em seu desdouro, me debato em culpa enquanto a unha do criador rasga minha alma, me faz sangrar!
A violência me esgota quando vejo na simplicidade da flor toda beleza que passa sem ser notada!
E quando mato minha fome o pão me engasga!
Não posso ser feliz sem que a tristeza faça minha alma culpada!
Bebo do sal de minhas lagrimas e não posso gritar minha angustia!
Cada riso me lembra um choro que não posso secar!
Sinto vergonha em cantar!
Sigo cabisbaixo com minhas alegrias... Arrastando o fardo que é amar passo por entre a guerra e quando durmo sou ferido em doloroso sonhar...
Vi o futuro morrer e o passado, em desespero, o tomar nos braços, chorar e correr para lugar algum...
Foi a imagem depois do ataque da fúria humana... Pobre ancião, desfigurado pela miséria, corre com a criança nos braços, morta pelas bombas de uma maldita guerra!
O Sol iluminava ruínas e pedras e a beleza da criação foi suplantada!
A natureza do amor, benevolente e justa, fora derrotada...
Como expressar sem espalhar prolixo?
Como voltar e adorar, se quando em claridade vejo o sangue escorrer e o amor virar ódio em um grito?
vem-me agora o silêncio onde ecoa um voz que pergunta:
existirei algum dia em era tranquila e de paz?
Calei para ouvir o silêncio da resposta
Pois oração verbosa resvala na escuridão... Tanto Faz!