Soneto da Miséria
Tem tanto tempo que não sei mais o que é sorrir
Tem tanto tempo que não sei mais como é sair
E se divertir.
Tem tanto tempo.
Tem tanto tempo que tudo o que conheço é a dor
Que corta a pele e rasga o peito.
Tem tanto tempo.
Sim, eu devia ter escutado minha mãe
É minha avô com todas as histórias
Do que acontecia com quem não seguia os conselhos dá mãe.
Eu devia, mas é tarde de mais pra voltar atrás.
Há tanto tempo que tudo o que tuas mãos me dá
São socos, tapas e beliscões.
Há tempo que eu só sinto dor.
Há tanto tempo que eu morri dentro mim
E só agora eu pude perceber
Que o que um dia eu achei ser amor,
E de tudo eu fiz pra ser verdadeiro,
Hoje foi meu fim.