Não sou nada
Na fragilidade do ser
Na imensidão do universo
Sinto-me um nada
Um ser imensurável...
Não sei o motivo
De aqui estar
Tantas indagações
Parecem me maltratar...
Sei que nada sou
Nada significo
Diante da grandeza
Invisível eu fico...
Como que um ser superior
Iria se importar com tão pouco
Esta grandeza humana
Só a enxergam os loucos...
Dou pouco por mim
Neste leilão da existência
Aqui viemos para sofrer
E admitir nossa impotência...
De seres superiores nada temos
Simples formiguinhas somos
Até elas muitas vezes conseguem mais
Que os ditos humanos presunçosos...
Sei que nada sou
Minha tarefa está terminando
Como a desempenhei já nem sei
Bem mal acabei rascunhando-a...
Vou, nada levo nas minhas mãos
Vão vazias e pálidas
Como meu rosto transparente
Espero que tudo ocorra de repente...
Porque sou covarde
Tenho medo do fim
Tanto pavor fez de mim
Simplesmente um nada...