Paixão morbífica

Talvez ainda caibam em minhas angústias,

dias,

doses desse veneno torpe

que me mata aos poucos...

a apartação me molesta

e a tua ausência me infelicita,

seca-me a alma

e o meu fôlego parco falha...

é o fim que já sinaliza...

é dessa paixão morbífica, incurável

que inflama o peito

e que não vira a página

que me faz cativo, me traz maresias;

é nessa prisão, quase que perpétua,

por que sofro tanto...

meu tempo é de prantos,

e de chagas...

às noites,

nas tantas invernias que me amofinam

peno, como um cão sem dono...

dentro do meu quarto e do ninho vazio

sofro e me despedaço,

paraliso o tempo...

tudo

são lembranças tuas...

meu mundo é penumbra vista de soslaio...

e eu de tocaia preso em meus delírios,

bebo amarga taça,

morro em nostalgias...

BetoAcioli
Enviado por BetoAcioli em 21/04/2017
Reeditado em 21/04/2017
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