Paixão morbífica
Talvez ainda caibam em minhas angústias,
dias,
doses desse veneno torpe
que me mata aos poucos...
a apartação me molesta
e a tua ausência me infelicita,
seca-me a alma
e o meu fôlego parco falha...
é o fim que já sinaliza...
é dessa paixão morbífica, incurável
que inflama o peito
e que não vira a página
que me faz cativo, me traz maresias;
é nessa prisão, quase que perpétua,
por que sofro tanto...
meu tempo é de prantos,
e de chagas...
às noites,
nas tantas invernias que me amofinam
peno, como um cão sem dono...
dentro do meu quarto e do ninho vazio
sofro e me despedaço,
paraliso o tempo...
tudo
são lembranças tuas...
meu mundo é penumbra vista de soslaio...
e eu de tocaia preso em meus delírios,
bebo amarga taça,
morro em nostalgias...