VERSOS DE SUICÍDIO - Poesia Nº 22 do meu 5º livro "Resgate"

VERSOS DE SUICÍDIO

Gravata da morte no pescoço

Teve auxílio d’um ser infernal,

Ficou da vida só um esboço,

Pendurado, numa obra final!

II

Vida que se perde, quando a lança

De grande altura, é uma loucura!

Se aceitas o mal, sem esperança

Em teu Deus; ah, mais nada o segura!

III

Sangue que emana dos pulsos, lento,

Gotejando, é um fim tão inglório,

Vai levá-lo sem ter sofrimentos?

Creias, é o inferno em purgatório!

IV

Quem viu quase não se acreditou,

Na trágica ação que o homem fez...

Na frente d’ um carro se jogou,

Sem dar chances pra vida outra vez!

V

Como se fosse o vinho gostoso

No cálice, o homem lhe tragou.

Mas era veneno poderoso,

Que ali mesmo a vida se acabou!

VI

O que pensam esses suicidas?

Uma forca, um corte, um pulo

No vazio. Tão fácil tirar vidas!

Neles, o respeito à Deus é nulo?

VII

O que pensam esses suicidas?

Os venenos, o carro da morte

Na estrada. Mentes impelidas

E por quem, neste desejo forte?

Eduardo Eugênio Batista

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Setedados
Enviado por Setedados em 16/04/2017
Reeditado em 17/04/2017
Código do texto: T5972010
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