VERSOS DA MORTE - Poesia Nº 21 do meu 5º livro "Resgate"
VERSOS DA MORTE
Policiais o atiraram no peito,
Dentro da escuridão daquela rua,
Era, pois, pobre cidadão direito
Sem defesas, da realidade nua!
II
No beco da esquina a faca reluz,
É noite fria, é tudo por dinheiro!
Um golpe! Cai uma vida, ó Jesus...!
A vítima? Um pai, simples pedreiro!
III
A senhora alegre, já não ri mais,
A injeção, a deixou vegetativa...
Um erro dos que são profissionais,
Deixando uma pessoa morta-viva!?
IV
Crime passional: Facada mortal
Na mulher que traiu o seu marido...
Sentença: livre por condicional,
D’uma justiça que não faz sentido!
V
Nos tiros, para se alvejar bandido,
Policiais circulam a favela,
Mas acertam um menino querido;
É morte que ali, sempre se revela!
VI
Ele morreu por dívidas das drogas!
É profissão que seu filho escolheu?
É certeza por este mal que jogas,
Infeliz, crendo que a sorte o acolheu!
VII
Um ladrão no chão se encontra abatido,
Foi ousado roubo ao Banco Central.
Grande estupidez fez este bandido,
Enfrentando a força policial!
VIII
E a própria lei na cadeia infernal,
Tirou a vida d’um estuprador,
Que trouxe a dor para a paz maternal,
Ao violar uma criança em pavor!
IX
Pobre coitado, não sabia nadar...
Foi encontrado assim por um vizinho:
Na correnteza o seu corpo, a vagar,
Morte num rio de lágrimas, sozinho!
X
Um andante foi morto atropelado
Por imprudência; no agir da ignorância,
O culpado, evadiu-se apavorado!
Findou-se sem nenhuma relevância!
XI
A prematura morte, não se atura,
Do anjinho velado em branco caixão;
Da cova ao céu por sua alma tão pura,
Seu rostinho são nuvens de algodão!
XII
Animalzinho meu de estimação,
A mim, deixastes vós, profunda dor.
Lindo cãozinho meu, do coração,
Jamais me esquecerei do teu amor!
Eduardo Eugênio Batista
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