Unção
As coisas sacodem na retina
O pingente cria vida e a enforca
O peito arde, é realidade a dor menina,
Não tem vias, saídas; nada a conforta
Era a outra face do seu eu
Com surpreendentes melenas
Caindo no rosto magro,
remoeu as difíceis decisões das Helenas,
Marias, Sofhias, Madalenas... Sofreu dias a fio
E se foi, partiu
cambaleou no balanço da porta
Desceu a ladeira
espremendo os dedos, e chorou
Saiu matando a luta costumeira
Ao Deus clamou
Não sei se por crença ou por acaso
A lágrima corrente desabou
Nos olhos, na epiderme...
A carne vazia
A cabeça entupida de sal que descia
Ela, então, jurou: nada diria
Nem ao irmão, nem ao cão
Nem às perguntas do padre
Em sua possível extrema-unção
E nem nem aos tolos confrades
Em sua ressurreição