NÄFRAGO
(Socrates Di Lima)
Naus que seguem meus mares,
E por onde navegares,
A solidão me acompanha.
Sigo no me próprio remanso,
Nas aguas de profundezas mil,
Ondas que sobre o dorso descanso,
Olhando o céu de suave anil.
Enquanto o Sol em brasa me consome.
Lábios abertos em frestas de dor,
Ardem no sal das minhas lágrimas,
e molham os ventos,
e ressecam o pensamento,
em dolor.
E assim o meu coração grita,
Como a alma em nau perdida,
Acorrentados escravos,
fantasmas dos meus medos,
das dores que me secam,
em segredos.
Volvo o rosto para o além,
Meus olhos sem luz se perdem,
Como vagalumes do meio dia.
Ai! que que o meu coração se rasga,
Como folha seca no outono,
Sigo perdido e em abandono,
Na nudez dos mes véus
Como estrela solitária nos céus.
Náufrago...
No meio do meu deserto,
Pés descalsos,
Braços nus...
Nu de mim, por certo.
E nas vozes trêmulas,
Dos meus gritos mudos,
Sinto que o nada é surdo,
Pois nem responde ao meu clamor.
E por onde eu andar,
Sem aquele amor...
Andarei só,
pelos bares da vida,
em multiplos tragos,
De solidão e desalento,
solto ao relento,
Sem o alento,
Mas com o tormento,
De um pobre náufrago.
Ai! Que as dores que eu sinto agora,
Por hora,
Purifiquem-me...
E santifiquem-me,
Depois de todo estrago,
que a saudade faz..
e jaz,
No coração deste triste náufrago.
INTERAÇAO
Vale poeta ela interação.
09/04/2017 21:24 - Nativa
Sentimentos profundos,
momentos de solidão e saudades
marcam forte a cada passo do ponteiro do relógio,
É como uma eternidade por tudo que no peito arde.
A alma tão inflamada sucumbe,
com a insensibilidade do tempo.
Esse, que ignora tudo e não acredita em nada.
Até mesmo que a solidão mata